Embrapa e APASSUL articulam novo modelo para qualificação da oferta de mudas de videira  

Na próxima quinta-feira, dia 12 de janeiro, viveiristas, Embrapa Uva e Vinho e Associação de Produtores de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul (APASSUL) promovem reunião  para estabelecer as próximas etapas do projeto piloto que visa trazer ainda mais benefícios para os viticultores, após 10 anos de realização do Programas Mudas de Qualidade. O encontro acontece em Passo Fundo.

“É importante manter a oferta de mudas que tenham a possibilidade de ter sua qualidade rastreável. Com o aumento no número de viveiristas, a parceria com a APASSUL permitirá perpetuar esta oferta”, explica Daniel Grohs, engenheiro agrônomo da Embrapa Uva e Vinho coordenador do Programa Mudas de Qualidade. 

Ele explica que a proposta é que os atuais 12 viveiristas licenciados em Santa Catarina e Rio Grande do Sul em se associando a APASSUL, que faz parte do sistema ABRASEM, passem a constituir um grupo organizado e independente, seguindo modelo de autocontrole da qualidade da sua produção. Nesta proposta, eles terão o processo de produção de mudas auditado por técnico da Associação, a partir de protocolo de qualidade estabelecido pela Embrapa, garantido assim que os viticultores possam adquirir sua muda com maior certeza das qualidades genética, morfológica e sanitária. 

Viveiristas e colaboradores da Embrapa e Apassul reunidos

“Ao longo destes anos do programa, nós vimos o mercado de mudas avançar exponencialmente. Quando iniciamos em 2012 não tínhamos nenhum viveirista licenciado no RS e SC, atualmente, temos 12, com uma fila de espera de mais 11. E no Brasil, temos 43 viveiros entre licenciados e em fase de licenciamento”, explica Grohs. Os viveiristas do RS e de SC licenciados já estão prontos para uma nova etapa, em que podem se articular entre si de forma independente, porém responsável. Ele complementa que a execução de um protocolo de qualidade por uma entidade de respaldo no setor do agrícola como a APASSUL, traz maior tranquilidade em garantir que o viticultor tenha a sua disposição um grupo de viveiristas, preocupados com a qualidade de mudas e cumprimento das suas responsabilidades legais.

Conforme Márcio Pacheco, supervisor do Setor de Implementação da Programação de Transferência de Tecnologia (SIPT) e responsável pela articulação da parceria Embrapa-APASSUL, além desta acreditação, participar da entidade irá garantir aos viveiristas vantagens que apenas em grupos articulados é possível visualizar. É o caso do combate à pirataria. “Atualmente os viveiristas têm o ônus com o cumprimento dos contratos, tanto nas questões técnicas de produção de mudas quanto no recolhimento de royalties, porém, a pirataria gera a competição desleal, além de representar um desincentivo à moralidade do setor de mudas como um todo”, explica Pacheco. Também, estar na APASSUL possibilita a ampliação da organização dos viveiristas e fazer com que tenham um representante legal em demandas por políticas públicas do setor produtor de mudas”, complementa Pacheco.

Os próximos passos desta articulação é a formalização da associação dos viveiristas licenciados junto à APASSUL, definir o sistema de controle da qualidade na produção e aplicar projeto piloto de vistoria já a partir de 2023.

Visita da Apassul aos viveiros

Para Jean Carlos Cirino, diretor executivo da APASSUL, a provocação vinda da Embrapa para construir uma parceria junto ao setor de mudas trará inúmeras vantagens. “Nunca na história da associação tivemos representação do setor de mudas. Acredito que seremos a primeira representante estadual do sistema ABRASEM a agregar o setor de mudas, um marco histórico para a cadeia”.

A APASSUL é uma associação de representação de classe que visa a sustentabilidade e o desenvolvimento dos seus membros. Segundo o Presidente da associação, Arno Costa Beber, a APASSUL já está trabalhando para atender o setor. “Pretendemos dispor de um profissional focado no setor de mudas, com o know-how para desenvolver a categoria e atender suas demandas. Estamos empolgados e teremos grande orgulho em ampliar nossa representação”, comenta.

Hoje em dia, é possível verificar diversos exemplos de outras cadeias produtivas que uniram setores semelhantes visando ganhar representatividade para ampliar o respaldo de suas demandas, como Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que integra o setor de aves e suínos. “Hoje, toda a cadeia de sementes faz parte da APASSUL, desde produtores até obtentores vegetais e de biotecnologias, dentre as mais diversas espécies produzidas em nosso estado, da soja ao tabaco. Com o ingresso do setor de mudas, a cadeia de propagação vegetal terá uma representação única”, finaliza Jean Cirino.


O que é a APASSUL

Associação de Produtores de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul (APASSUL) está localizada em Passo Fundo, no norte gaúcho, e foi fundada em 1968 com o objetivo de consolidar a produção de sementes certificadas no Estado. Hoje conta com mais de 110 associados, entre produtores de sementes, obtentores vegetais, detentores de biotecnologia e entidades de pesquisa e desenvolvimento.

O que foi o Programa Mudas de Qualidade:

O Programa Mudas de Qualidade, coordenado pela Embrapa, foi criado em 2012 e forneceu material básico (mudas) com qualidade fitossanitária, genética e agronômica para formação das plantas matrizes (plantas doadoras dos propágulos utilizados na produção da muda) para os viveiristas. Também estabeleceu um protocolo de produção de mudas que resultou no padrão da muda de qualidade superior, além de manter um grupo de viveiristas em processo de acompanhamento técnico para melhoria da qualidade das mudas produzidas. 

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